Sé Catedral do Funchal

"A Sé Catedral do Funchal, situa-se na ilha da Madeira e é um dos poucos monumentos que sobreviveram virtualmente intactos desde os tempos de colonização" - Diocese Funchalense.

Mandada construir no século XV, por D. Manuel I, foi a cargo do arquitecto Gil Eanes que começou desde cedo a trabalhar no desenho da Sé do Funchal e que ficou concluída em 1514.

No entanto em 1508, quando o Funchal foi elevado à categoria de cidade, eram já celebradas missas no templo. Contudo, o coruchéu* da torre sineira só ficou concluído na ano a que terminaram as obras, sendo dessa forma, a última parte da construção a ser finalizada.

Vista Exterior

Os destaques vão para os assentos da capela-mor que exibem Santos, Profetas e Apóstolos em trajos do século XVI. Nos pormenores dos assentos e apoios para braços podem ver-se aspectos da vida na ilha da Madeira, como é exemplo um carro que transporta um cacho de bananas e outro que carrega um odre cheio de vinho.

A igreja possui uma excepcional cruz processional, oferecida por D. Manuel I. Esta alfaia de culto em prata é considerada uma das obras-primas da ourivesaria manuelina portuguesa. Uma vez que à Diocese do Funchal estiveram sujeitas todas as terras descobertas por Portugal nas Américas, tornando-se assim, por alguns anos a maior arquidiocese católica do mundo.

*Coruchéu é o remate piramidal ou cónico de uma torre ou de um campanário.


Características Importantes (parte 1):

1. A Fachada: é construída em três panos, sendo o central em cantaria do Cabo Girão, na qual se recorta um portal gótico de oito arquivoltas, sendo o exterior em carena e prolonga-se, no cimo, um nicho que envolve uma custódia. É encimado pelas armas de D. Manuel I. Este pano é dividido em dois corpos que estão separados por uma faixa saliente. A parte superior e rematada por empena aguda, tendo no seu vértice uma cruz da ordem de Cristo. Possui ainda neste corpo um bela rosácea.
   
   
2. A Cabeceira: é formada pela capela-mor e por dois absidíolos: A Capela do Amparo (vulgarmente conhecida nos dias de hoje, como capela de Nossa Senhora de Lourdes e a Capela do Santíssimo.

2.1. O Retábulo: "É composto por cinco corpos do sobre-céu que também cobre o altar. Esses corpos são separados por pilastras de ornato flamejante e divido em três andares: na parte central os nichos do sacrário (inferior) e uma escultura a Nª. Sª. da Assunção (padroeira da capela Catedral - no meio), e nas restantes partes existem pinturas atribuídas a Francisco Henriques. Os sobre-céus têm um lindíssimo rebordo retalhado em talha dourada, com armas reais no centro e ladeado por esferas armilares."

2.2. O Cadeiral: "É um conjunto muito valioso e artístico repleto de símbolos do séc. XVI. É composto por duas ordens de cadeiras corais; a superior destinava-se aos capitulares e as inferiores aos capelães (com um friso de talha dourada).

As cadeiras dos capelães terminam com uma pequena figura humana ou animal esculpida na madeira. Nas figuras mais interessantes destacam-se: (numa lateral) um javali fiando; um touro; um borracheiro; uma águia com uma serpente no bico; um burro a cantar diante de um livro; um homem a tapar os ouvidos perante um coro desafinado; um urso comendo; uma raposa vestida de burel tentando enganar uma galinha; e um cavaleiro com um saco na cabeça. (noutra lateral) Paulo descendo os muros de Damasco dentro de um cesto; uma raposa e um galo; um homem fabricando um borracho; uma animal com um filhote às costas; um oleiro; um carregador de carro-de-mão; um homem com um burro às costas; um leão; uma cadela com o filho; Sansão estrangulando o leão; um lavrador apanhando fruta; e um cão a lamber-se.

Nos braços das cadeiras e no fim dos pilastras, existem também figuras mas mais simples, embora despertando algum interesse pelo simbolismo: o acrobata, o caracol, o cão roendo um osso, o porco pedindo esmola, o diabo, o leão, o homem das galés, o cavador, o lavrador fazendo vinho, o bobo, a mulher nua, o rapaz abrindo com as próprias mãos a boca de um animal." 

Retábulo e Cadeiral da Capela-Mor da Sé Catedral do Funchal

Características Importantes (parte 2):

Tecto da Capela-Mor 

1. O Tecto da Catedral: É muito riquíssimo em valor artístico, de alferge, cobre as naves e o transepto. É construído com o precioso e odorífico cedro da ilha, em estilo Mudéjar. É o tecto mourisco mais belo e mais rico que foi construído na ilha da Madeira, e quem sabe talvez mesmo de Portugal. 
   
   
   O tecto da Nave central forma caprichosas figuras geométricas, enriquecido por rosetas e pingentes dourados embutidos em marfim. O desenho é tão perfeito que nele encontram-se grifos, anjos, águias, centauros, escudos e cruzes da ordem de Cristo e esferas armilares. 
   
   
   Os tectos laterais são ligeiramente inclinados formados por regretas paralelas que se cruzam no centro. Para sua maior sumptuosidade, nestes encontram-se pintados um longo friso de arte "Renascentista" emoldurados por duas cordas.
   
   

   

   Detalhe do Tecto Nave Central

2. A Pia Baptismal: é esculpida numa preciosa pedra da Arrábida, com um pé. Tem forma de um cálice. A boca é em forma de decágono.
   
   
3. Os Lustres e o Docel do Púlpito: são do séc. XVIII (1790). Sendo os lustres do Mestre José Joaquim do Espírito Santo, e o docel do entalhador Estêvão Teixeira de Nóbrega.


O Púlpito é considerado o mais belo de toda a Diocese do Funchal.

Localização:

Contactos:

Rua do Aljube

9000-067 Funchal, Ilha da Madeira 

Email: secatedralfunchal@sapo.pt

Tel.: +351 291 228 155 

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